Mesmo depois de anos vagando por essa terra, encarando várias aventuras, derrubando as mais poderosas criaturas, resolvendo mistérios e tentando decifrar os que ainda se escondem por trás de algum véu, hoje sento aqui e me questiono:

O que nos faz continuar seguindo em frente?
O que me faz continuar fazendo o que eu faço?

O mundo hoje é tão diferente de como era antes...
Lembro quando eu era pobre e não tinha condições de pagar uma viagem ao capitão do navio e trilhava durante horas o caminho por Venore, Thais e Carlin, geralmente pra negociar algo com alguém, sempre com aquela incerteza se voltaria à minha cidade natal são e salvo.
Geralmente pedia companhia à algum amigo pra garantir a sobrevivência de ambos.

O meu guarda-roupas não contava com tanta diversidade como hoje e também naquela época não tínhamos nossas montarias, o que facilitou e muito as nossas viagens.

Tantos anos se passaram... E quantas pessoas fizeram parte dessa caminhada...
Inimigos, amigos, companheiros de caça e até mesmo aquele Ghoul da cadeira lá no sul de Venore que mora junto dos Trolls do Pântano.
Ele ficava muito bravo quando subiam em sua cadeira preferida e não era raro achar por lá o cadáver de algum desavisado que o provocava.
E quando voltava pra cidade, me certificava de não adentrar muito naquele pântano que mais parecia um labirinto...

- A Vila dos Elfos -

Até que mais tarde descobri que aquele pântano abrigava uma vila onde habitavam vários elfos.
Um local com uma torre de vários andares, um pátio enorme, construções, pontes, cavernas com moinhos.
Mas o que mais me chamou a atenção foi uma sala que parecia destinada para sacrifícios e rituais.

Perdi a conta de quantas vezes invadi aquele local que me deixa intrigado até hoje, aquela sala onde uma vez encontrei o Dharalion!


Após a batalha, eis que vi um baú isolado atrás de uma parede mágica.
Estava ali, intocável, inalcançável, inatingível.
Protegido pelas três paredes mágicas.
Até hoje a curiosidade me consome sobre aquele baú da vila dos elfos.
O que será que aquele baú guarda dentro de si?
Tantas perguntas, nenhuma resposta.


Provavelmente aqueles vórtices de energia na torre acima dessa caverna possam fazer parte de algum mecanismo que talvez abaixe as paredes mágicas, mas já tentei de tudo e tudo foi em vão.
Tudo que eu jogo neles, automaticamente queima.


Com certeza esse é mais um mistério que continua adormecido na minha coleção e agora que pensei nisso, creio que achei minha resposta.


O que nos faz continuar seguindo em frente?

Com certeza é nossa curiosidade, a busca pelo desconhecido, o mistério por trás de coisas que pra outros possa ser normal, como um baú atrás de uma parede mágica, mas não para mim.

Agora chega por hoje. Gosto de me isolar nessa sala secreta junto dessa máquina estranha e me envolver nos meus pensamentos e lembranças, porém pra alcançar o navio e voltar pra casa preciso nadar, e como logo anoitecerá, não é bom atravessar aquele canal no escuro.

Preciso achar outro local mais acessível e também silencioso para minha meditação...